OBJECÇÃO 1
A clonagem põe em causa a dignidade humana porque retira aos indivíduos a sua identidade pessoal própria.
O óvulo que recebeu o núcleo da célula somática vai crescer e vai-se desenvolver com as mesmas características do doador.
Cada indivíduo, cada ser, tem a sua própria personalidade e dignidade porque não é cópia de ninguém, é único e exclusivo. Deste modo, a existência de clones é moralmente criticável.
Este argumento é bom? É persuasivo?
Isto é considerado um mau argumento, a individualidade biológica não é sinónimo de individualidade pessoal.
O período de gestação de um clone é de cerca de nove meses e durante este percurso está sujeito a interferências ambientais diferentes das do ser a partir do qual foi clonado.
Podemos dizer que cada um de nós é mais do que o “nosso bilhete de identidade genético”, pois existem vários factores que o influenciam, tais como: a nossa educação, o meio onde somos criados, etc., por isso, se analisarmos bem, até os gémeos idênticos são parecidos em alguns aspectos mas também muito diferentes noutros.
OBJECÇÃO 2
A clonagem humana é um grande risco que pode ter graves custos humanos.
Ian Wilmut, criador da ovelha Dolly, é opositor do processo de clonagem humana apesar de defender a clonagem terapêutica para tratar a doença de Parkinson e lesões graves da medula espinal.
Estudos referem que muitos destes casos (cerca de 98%) fracassam, ou seja, muitos embriões são aniquilados e muitos recém-nascidos apresentam graves deficiências quer físicas quer mentais.
Sabe-se que os clones não humanos, não têm uma vida longa nem saudável (como foi o caso da Dolly) porque têm muitos problemas a nível do coração e do sistema imunológico e que a maioria até morre à nascença, logo, esta situação pode passar-se ao nível da clonagem humana. Será então correcto submeter humanos a este tipo de técnica enquanto ela se aperfeiçoa?
Este argumento é bom? É persuasivo?
Continua-se a trabalhar neste assunto apesar de não haver garantias. Será que não é dado o devido valor à vida dos embriões e dos fetos? Claro que sim, mas as opiniões variam tendo em conta a altura em que se entende que começa a vida. Pois há cientistas que são da opinião que esta começa no momento da concepção e outros que defendem que ela só começa quando se inicia a formação do sistema nervoso. No entanto, tudo isto não é definitivo, pois estas, ainda irão sofrer grandes alterações.
OBJECÇÃO 3
A clonagem irá perturbar de modo significativo as relações familiares
No caso deste casal que decide ter um filho através deste processo de clonagem surgem sempre na altura, muitas dúvidas e muitas questões, tais como: “quem foi de facto a mãe biológica do Miguel” e “o João será realmente o pai do bebé?”.
Em conclusão, uma família da qual faz parte um clone, vive um panorama um bocado estranho, pois começa-se logo por questionar: “como será recebida uma criança, um novo ser, que não tem pai nem mãe?”
Este argumento é bom? É persuasivo?
Este argumento torna-se difícil de gerir numa relação familiar. Considera-se que a clonagem é uma forma de reprodução antinatural. A valorização moral da natureza defende que as acções humanas que seguem ou imitam a natureza são moralmente aceitáveis ou então simplesmente isentas de apreciação ética. A natureza seria a norma da acção humana.
OBJECÇÃO 4
A clonagem faz ressurgir a polémica da eugenia
A eugenia é uma técnica que visa a melhoria das características físicas e mentais de indivíduos humanos através da selecção de características mais favoráveis e a eliminação de características indesejáveis. Apresenta duas facetas:
Eugenia negativa – trata-se de eliminar traços biológicos e psicológicos considerados indesejáveis. Recorre ao diagnóstico pré-natal para evitar o nascimento de crianças com anomalias muito graves, como por exemplo: o mongolismo;
Eugenia positiva – trata-se de promover e aperfeiçoar características desejáveis. É provável que talvez um dia os pais possam escolher a cor dos olhos, do cabelo e até o sexo dos bebés.
A eugenia tem uma má reputação, e que é merecida. Esta visa evitar doenças, mas logo os seus critérios de selecção de características passaram a estar ao serviço de interesses racistas e de discriminação de pessoas.
Este argumento é bom? É persuasivo?
A verdade é que não foi necessário a clonagem para que milhões de seres humanos tenham sido eliminados, discriminados e escravizados.
A eugenia e as suas perversões não se deveram à clonagem e por isso não há uma ligação necessária entre clonagem de seres humanos e exércitos de escravos ou produção em massa de ditadores.
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